Corre-me nas veias um fogo de abandono...
Tenho uma auréola de névoa em meu olhar...
Embala o meu silêncio oco de sono
Uma sombra consciente de (o) embalar...
Dobre a finados sem sinos
Nos meus ócios peregrinos
Roçam mãos no meu corpo onde eu s não vejo
Passam asas no soslaio da minha atenção,
Um invisível bafo falha um beijo
Perto da minha face atenta em vão!!!
Lá vai lento e lento o enterro
Do que eu tinha de áureo no erro
Só me resta o fitar-me no espelho da verdade
E acompanhar-me com a ilusão de que vivi
Mas uma raiva súbita me invade:
Não saber eu que sou, e o que é aqui!
Neste pós de fria terra
A minha sombra me enterra.
Passam asas no soslaio da minha atenção,
Um invisível bafo falha um beijo
Perto da minha face atenta em vão!!!
Lá vai lento e lento o enterro
Do que eu tinha de áureo no erro
Só me resta o fitar-me no espelho da verdade
E acompanhar-me com a ilusão de que vivi
Mas uma raiva súbita me invade:
Não saber eu que sou, e o que é aqui!
Neste pós de fria terra
A minha sombra me enterra.
23-3-1913" in Fernando Pessoa, Poesia 1902-1917
Aprendi com ela a dar os primeiros passos verdadeiros no inglês. Desde o início a chamei de Teacher, e assim foi para sempre... Cresci com ela, desde o 5.º ao 12.º ano, e o seu exemplo, amizade e ternura acompanhou-me durante a Faculdade!
Agora partiu fisicamente, arrancada deste mundo pela maldade da doença que se entranha no peito e consome todo o corpo... Partiu, mas ficará para sempre cá dentro de nós, a todos a quem ensinou, a quem sorriu, a quem inspirou!
E foi, é e será um exemplo para tanta gente! O seu sorriso, a sua força, o seu andar apressado, a sua ternura, a sua vontade de viver (e tão mais!!!...) está cravado na minha memória ...
Obrigada, Teacher...
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