Rotina do Domingo: depois de alimentar o espírito, e ainda antes de alimentar o físico, folheio o JN e a sua revista "Notícias Magazine". Hoje li com especial avidez a entrevista a Gilles Lipovetsky, um filósofo francês que lançou um novo livro, entitulado "A Felicidade Paradoxal". Com esta entrevista aprendi um novo conceito:
Homo Consumericus: o indivíduo deixa de consumir para mostrar aos outros e passa a consumir para se relacionar consigo próprio, através daquilo que compram as pessoas desejam exprimir a sua personalidade, a sua cultura, os seus gostos.
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4 comentários:
Tb li a entrevista que referiste e achei deveras interessante pela clareza da análise social que apresenta, apesar de escrita por um filósofo. Levou-me a reflectir...acho que a sociedade em geral está numa fase de transição e indefinição. Quiçá aquilo a que Durkheim chamava a "anomia social". A evolução histórica tem-se revelado cíclica...será que isso significará um regresso a um certo conservadorismo num devir próximo como forma de superar os excessos??
já agora deixo um pequeno parágrafo sobre as ideias de Durkheim retirado da Wikipédia:
"Basta uma rápida observação do contexto histórico do século XIX, para se perceber que as instituições sociais se encontravam enfraquecidas, havia muito questionamento, valores tradicionais eram rompidos e novos surgiam, muita gente vivendo em condições miseráveis, desempregados, doentes e marginalizados. Ora, numa sociedade integrada essa gente não podia ser ignorada, de uma forma ou de outra, toda a sociedade estava ou iria sofrer as consequências. Aos problemas que ele observou, ele considerou como patologia social, e chamou aquela sociedade doente de “Anomana”. " Chamou-me a atenção precisamente a parte do enfraquecimento das instituições sociais, que é precisamente aquilo a que assistimos nos tempos que correm...
Ups...desculpa la o precisamente duas vezes...é no que dá não reler o texto antes de o publicar!!! LOL
Obrigada pelo comment, amiga Milady, que é sempre mt bem vinda na blogosfera ;)
Apesar da conotação que temos dos filósofos, o seu maior ensejo (juntamente com o atingir da verdade (?))devia ser a clareza. E, de facto, a entrevista é aliciante por ser clara e por falar de uma realidade que a todos nos toca!
Concordo contigo quando dizes que estamos numa fase de transição, acho que ainda nos estamos (e estaremos) a adaptar-nos a todas mudanças tecnológicas (e suas consequências) que todos os dias ocorrem...
Quanto ao regresso a um certo conservadorismo, penso que haverá uma maior dicotomia entre o conservadorismo e o liberalismo (não falando com pendor político-económico!), apesar de achar que a noção de conservadorismo tornar-se-á menos conservadora.
Como referes na parte final do teu comentário, também a mim me chamou à atenção a parte do enfraquecimento das instituições tradicionais no parágrafo que retiraste de Durkheim: novos valores estão a surgir, e contrariamente ao que muita gente defende, não entendo que haja crise de valores, mas sim mudança de valores, uns no meu entender, para melhor, outros para pior (mas, no entanto, a verdade é que a minha opinião é com base em "velhos" valores, logo a minha análise poderá estar ofuscada por eles ;)
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