segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Desejos de um Santo Natal



Um Santo Natal para todos!

Que o impossível que se tornou possível com o nascimento deste menino, nos guie e ilumine a todos!

Um bem haja muito especial aos meus blogs amigos e a quem perde uns minutinhos a visitar este blog ;)

domingo, 23 de dezembro de 2007

Rascunhos

Porque não me vês inteira, porque o meu fado é acolher-te no meu seio, como uma mãe envolve docemente seu filho.

Tarde escura, de um frio que arrepia a espinha coberta com panos grossos. Frio que penetra os lugares mais protegidos e que se esquiva aos obstáculos. E essa tarde torna-se tudo lá fora, no meu dentro. A música amortece o momento, embala-me para seguir o caminho negro do que se segue e os meus olhos crescem desmesuradamente, são despertados para sair da realidade, para pairar sobre aquele local, para ser o narrador presente, para pressentir tudo… tudo… todo o pulsar das batidas dum órgão maldito que racionaliza e vê… que o narrador é apartado da cena principal e os focos iluminam quem naturalmente desempenha o seu papel. Naturalmente sem o saber, um deles a pensar que desempenha o papel contrário, o de grilo, e não o de pinóquio. O nariz cresce, a humanidade aumenta.

E um triângulo, dentro de um quadrado de fogo, se constrói, vaticinando os 4 vértices perdidos por uma geometria efabulada.

Detalhes, míseros detalhes, benditos sejam pelo perpetuar dos mal-entendidos, que alimentam as insanas necessidades dos seres humanos.

Escarlate

Oh triste visão de um inferno futuro; antevejo choro e ranger de dentes pincelados pelo escarnecer de um aviso que estilhaçou um coração pulsante, mas já ferido. Sangue irá jorrar de uns olhos lacrimejantes, pelo desejo da posse, sofreguidão inegável e irresistível de um terceiro. Comunhão plena de olhares e toques é o meu ensejo mais intímo e só revelado e rebelado às paredes da minha mente. Mente, a quem minto, Mente habituada a confissões tontase lançadas ao desbarato, por um ser sedento de atenção, frio, e sedento de calor, qual pedinte que mendiga afectos e que estende as suas enrugadas mãos nas ruas pútridas de um ódio por não ter. Maldito querer que me enlouqueces, que me provocas devaneios e febres de desejos insondáveis, que me povoas os sonhos com a cor escarlate por pensar que te quero... AGORA!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Uma imagem vale por mil palavras...



Esta imagem, perto do Bairro Ignez, no Porto, descreve o que sinto neste 5.ºano, em muitos níveis...






Pó encharcado


Neste tempo do pasmar...

Estou estéril do pensar...

Nada concebo de útil,

Nada profiro de belo...

Só acre, só pó, só fútil...


Vivo num deserto do nada,

Satisfaço-me com o bafio,

De um roupeiro tão fechado

De tantas vezes rebuscado...


Como gostaria de abrir a janela,

A brisa entraria,

E eu,

Por fim,

Respiraria...


Mas vivo numa casa sem janelas,

Sem portas, nem portadas,

Enclausurada sobrevivo,

Sonhando, cogitando num Eu,

Fora de casa...